sábado, 31 de julho de 2010

Sobre a situação científica do Brasil

Duas notas da Folha Online sobre o encontro da SBPC. A primeira é sobre o desempenho de várias áreas acadêmicas no Brasil:
Se todos os pesquisadores brasileiros produzissem como os da área de ciências agrárias, o peso científico do país hoje seria equivalente ao da França. Já campos como psicologia, economia e ciências sociais, bem inferiores à média nacional, puxam a produtividade para baixo.

Os dados que permitem essas conclusões foram apresentados pelo presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Carlos Aragão, na reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Natal (RN). A medida usada nas estatísticas é o número de artigos publicados em revistas científicas mundo afora, indexados (cadastrados) em bases de dados internacionais. (...)

Segundo ele [o bioquímico Rogério Meneghini], a baixa produção das ciências humanas se relaciona com a dedicação maior dos pesquisadores da área aos livros e coletâneas. "Em outros lugares, como a Espanha, não é assim. Mesmo na França, de onde o Brasil herdou boa parte dessa sua maneira de fazer ciências humanas, o perfil da produção já está mudando", diz.

Além disso, faria bem para a ciência brasileira que todas as suas áreas passassem a publicar mais em inglês, dizem os especialistas.
Há um infográfico interessante na matéria. A outra notícia é sobre a queda em 80% no número de bolsas de doutorado integral no exterior (onde o pesquisador completa os estudos e conquista um diploma em universidades fora do Brasil):
Segundo dados apresentados na conferência da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Natal, entre 1992 e 2007 o número de bolsas do CNPq no exterior caiu de quase 2.800 para cerca de 500 --um tombo de mais de 80%.

Já o doutorado-sanduíche, em que o aluno fica parte do curso fora do Brasil, teve um ligeiro crescimento no período. Hoje há cerca de 5.000 alunos na modalidade. Desde 2007, as bolsas integrais recebem menos dinheiro do CNPq do que as chamadas bolsas-sanduíche.





sexta-feira, 30 de julho de 2010

[curta ciência] I see dead viruses

Três comentários rápidos:


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Menos verde no mar

O fitoplâncton, responsável pela produção de aproximadamente metade da matéria orgânica terrestre e da maioria do seu oxigênio, está desaparecendo. Seu número tem diminuído 1% por ano nos últimos cem anos, e essa taxa aumenta com o aumento da temperatura. Há regiões em que o declínio das populações de fitoplâncton é maior - próximo aos polos e em mar aberto - e outras em que houve um aumento, como em áreas costeiras com certos dejetos industriais. Esses resultados se baseiam em medidas de transparência da água, medição direta da quantidade de clorofila em amostras e dados de satélite.

Outro trabalho do mesmo grupo focou na distribuição de várias espécies marinhas, desde corais e algas até tubarões e baleias. Os animais com maior mobilidade como a baleia, o atum e a lula se concentram e áreas mais longe do Equador, e apesar de haver vários outros fatores relacionados com a distribuição dessas espécies (como diversidade ecológica, disponibilidade de oxigênio), a variável que mais influencia os padrões observados é a temperatura na superfície marinha.


Fitoplâncton, cuja clorofila é visível via satélite


Fonte: Not Exaclty Rocket Science (by Ed Yong)
Artigo Original: doi:10.1038/nature09268 e doi:10.1038/nature09329 (acesso restrito a assinantes)
Crédito da Imagem: NASA Earth Observatory Collection e Harry Taylor/Nikon Small World (via Science NOW)
Para saber mais: Science Daily (aqui também), Science NOW, Nature News

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A versatilidade dos anti-maláricos

Uma turista de 16 anos foi receitada a tomar cloroquina para evitar contrair malária em sua viagem à Costa Rica. Mas em vez de tomar a dose profilática recomendada de 500mg por semana, a paciente tomou 500mg por dia, durante quatro semanas, e como resultado teve seu cabelo já loiro completamente descolorido.

cabelo descolorido devido a problema nos folículos, causado pela cloroquina

Fonte: Science NOW
Artigo original: The New England Journal of Medicine

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ressonância magnética de frutas

A tomografia de ressonância magnética é usada clinicamente para recriar a imagem de órgãos internos do paciente, onde os átomos de hidrogênio das moléculas de água do nosso corpo são "alinhados" ao forte campo magnético do scanner, e cuja ressonância a outros campos eletromagnéticos é detectada. Os sinais detectados são então processados por um computador e o que temos são as imagens de cada secção, como fatias de um salami.

Essa técnica pode ser usada em qualquer coisa que contenha água, e podemos ver aqui o que acontece se analizarmos um cantalupo (um tipo de melão) inteiro em uma máquina de ressonância:


melão fatiado, mas inteiro (imagem extraída daqui)

A imagem acima é uma animação em que todas as secções são exibidas em seqüência. Essas imagens podem ser usadas para se reconstruir a estrutura tridimensional desse melão:



isso sim parece um melão (imagem extraída daqui)

Você pode ver também como se parece um abacaxi, uma durian (ou "durio" em português, um parente da jaca) e outras guloseimas neste site.

Crédito das imagens: Inside insides - um blog com várias imagens de ressonância magnética de comidas
Para saber mais: wikipedia, how stuff works (em português)
Vi via: PZ Myers

sábado, 3 de julho de 2010

Camarões gigantes, agora maiores.

Cientistas australianos aumentam tamanho de camarão gigante - Folha de São Paulo de 02/07/2010:
Cientistas australianos desenvolveram um método para satisfazer a demanda da população por camarões, uma das principais tradições do Natal local. Após dez anos de pesquisa, conseguiram, por meio de cruzamentos, criar uma variante maior de camarão-tigre-gigante (Penaeus monodon). (...) A variante representa um aumento em produtividade de 5 toneladas por hectare para 17,5 toneladas por hectare.
(...)

O camarão-tigre-gigante, que pode atingir 33 centímetros, é criado em açudes de água salgada a prova de seca em um sistema de circuito fechado. "A vantagem é que é possível fazer isso de forma sustentável. Não é mais necessário arrastar redes pelo leito do oceano para extrair camarões", diz Lee. Os camarões são alimentados com sobras de farinha de trigo.


Camarão black tiger

Fonte: Folha de São Paulo
Crédito da imagem: World Fishing

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