quarta-feira, 28 de março de 2012

Pela erradicação da poliomielite

Pela erradicação desta foto — Instituto Ciência Hoje

Em países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, em que a doença está erradicada e há praticamente risco zero de o vírus reaparecer, a vacina adotada, geralmente, é a Salk. É mais barato e fácil conservar um vírus inativado e, além disso, não se lida com um dos principais problemas de vacinas que usam vírus ativados, como a Sabin: apesar de a porcentagem ser baixa – uma para cada um milhão de vacinados, diz Iamarino –, é possível desenvolver poliomielite em contato com a vacina que carrega o vírus 'vivo', sobretudo pacientes com imunidade baixa, fato recorrente em países mais pobres.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Formação de um sincelo marinho na Antártica


Veja no Youtube

Sincelo é uma estalactite de gelo (daquelas que observamos em geladeiras antigas, ou no telhado depois que pára de nevar), e no vídeo acima vemos a formação de uma dentro do mar antártico. O nome em inglês "brinicle" é uma contração de "brine" e "icicle" -- "brine" quer dizer salmoura (água saturada de sal) e "icicle" quer dizer sincelo.

O vídeo está acelerado, na verdade esse fenômeno durou umas seis horas. A salmoura, mais pesada e fria que a água do mar, cai até o fundo do oceano, onde congela tudo o que encontra.

Para saber mais: BBC Nature - 'Brinicle' ice finger of death filmed in Antarctic

terça-feira, 5 de julho de 2011

Vinte anos de Curso de Ciências Moleculares, minha primeira Alma Mater

A última edição do Jornal da USP (Ano XXVI nº 930 de 04 a 10 de julho de 2011) publica algumas reportagens sobre o Curso de Ciências Moleculares - onde me formei em 1999, quando ainda se chamava "Curso Experimental de Ciências Moleculares" - por ocasião dos seus 20 anos de existência.

Ciências Moleculares, 20 anos de trabalho (LUCILE MARIA FLOETER-WINTER):
No ciclo Básico, os alunos são expostos às diferentes linguagens das áreas específicas – Biologia, Física, Química, Matemática e Computação. Nesses quatro semestres iniciais, a turma formada atende às disciplinas de forma unida. (...) Os alunos não sabem tudo, mas sabem quem sabe. Além disso, sabem a linguagem que devem utilizar para obter as informações necessárias em cada problema. Como explicitar o problema e como entender a resposta. Essa é a linguagem interdisciplinar. Assim, é possível descrever matematicamente como um processo inflamatório se instala ou como se analisa a estrutura física de uma proteína.

No ciclo Avançado, juntamente com um professor-orientador, a principal atividade do aluno será o desenvolvimento de um projeto de iniciação científica, complementado por disciplinas oferecidas pelas diversas unidades da Universidade. O curso de Ciências Moleculares vem mostrando a importância da mobilidade dentro da própria Universidade, a universalidade da ciência posta em prática. Cada aluno propõe seu currículo e, assim, cada aluno apresenta um currículo único, exclusivo, que o habilita a ocupar um nicho único. Essa formação diferenciada permite a atuação em áreas distintas e carentes.
Um trabalho pioneiro, duas décadas depois (SYLVIA MIGUEL):
Durante a cerimônia no Camargo Guarnieri, o físico Henrique Fleming, docente do Instituto de Física da USP e do Curso de Ciências Moleculares, foi chamado pelos colegas como o “símbolo” do curso. “Professor e pesquisador de excelente qualidade, ele é curioso e capaz de, ao mesmo tempo, conduzir e ser conduzido”, disse o professor Lobo.

“Talvez esse tenha sido o maior projeto de minha vida. Todas as minhas prioridades se redirecionaram e vi os resultados do trabalho através dessas pessoas que tiveram seus caminhos ‘facilitados’ pelo Curso de Ciências Moleculares”, declarou emocionado o professor Fleming.
Houve também recentemente uma reportagem no Globo Universidade sobre o curso. A mesma reportagem está no Youtube (parte 1 e parte 2), talvez incompleta.

(gracias Daniel)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Bolsas de doutorado da Fullbright nos Estados Unidos

Da Agência FAPESP, ficamos sabendo que até o dia 30 de abril, formados e formandos podem se inscrever na Comissão Fulbright para as bolsas de doutorado "International Fulbright Science and Technology Award for Outstanding Foreign Students". Os candidatos devem ter cidadania brasileira, um currículo impecável e domínio comprovado da língua inglesa. Os interessados devem se graduar antes de agosto de 2012 e ser basicamente das áreas de ciências exatas ou biológicas.

Para quem quiser saber mais sobre doutorados nos EUA - inclusive outras formas de financiamento, já que o Fullbright é bem restrito - eu sugiro os seguintes posts do Ars Physica:

(1) Aplicando para doutorado em física nos EUA
(2) Salário num doutorado em física nos EUA

Mais informações: Fullbright Brasil

sábado, 29 de janeiro de 2011

Momento em que o parasita da malária invade uma célula

No site da New Scientist há um vídeo do momento em que o parasita responsável pela malária, o Plasmodium, invade uma hemácia humana. O Vídeo foi criado a partir de fotografias de vários eventos de invasão, usando fármacos para dificultar a entrada e a saída do parasita (e assim aumentar a chance de uma boa foto ;). Ao final pode-se observar que a hemácia invadida está repleta de novos parasitas em seu interior (depois de invadir a célula, o parasita se multiplica em seu interior até a célula explodir).




Plasmodium invadindo hemácia (via New Scientist)


Notícia e crédito da imagem: New Scientist
Artigo original: Cell Host & Microbe, Volume 9, Issue 1, doi:10.1016/j.chom.2010.12.003

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Soluções inovadoras: geoengenharia

Semana passada o jornal O Estado de São Paulo publicou três reportagens sobre projetos que podem ajudar a controlar a temperatura na Terra. É uma área de ciência aplicada chamada geoengenharia, que no caso pensa em formas de absorver o excesso de gás carbônico da atmosfera ou bloquear/refletir os raios solares. É uma área recente, que propõe mudanças globais no meio ambiente e assim apresenta soluções polêmicas e arriscadas.

Há também um infográfico descrevendo as várias propostas, com prós e contras de cada método. Você pode fazer o download das reportagens e do infográfico aqui (em formato pdf).




Reportagens originais:
Projetos de geoengenharia voltam a ser cogitados para coibir aquecimento global
Moratória para pesquisa é polêmica
Espelhos no espaço têm alto custo

Crédito da imagem: O Estado de São Paulo (dowload do arquivo em formato PDF)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Novidades da semana

Trechos de reportagens de jornais, comentando algumas novas pesquisas.

Nova droga elimina resistência do parasita causador da malária (Folha, 03/09/2010):
Uma nova droga promete acabar com a resistência a medicamentos dos parasitas da malária, mal que causa 800 mil mortes por ano. A NITD609 teve efeito contra a doença em animais de laboratório e muito em breve será testada em humanos.

As drogas antimaláricas mais recentes são baseadas na planta artemísia, tradicional da medicina chinesa. Ela hoje é administrada em 100 milhões de pacientes anualmente, mas o parasita já desenvolve resistência. Os causadores da malária são seres de apenas uma célula, especialistas em evitar ataques: os plasmódios.
Descoberto novo tipo de composto para o combate da malária (Estadão, 01/09/2010) (mesma notícia acima):
O estudo foi feito por meio de uma triagem, por meio de testes em células, de milhares de produtos naturais registrados na biblioteca da Novartis, em busca de substâncias com conhecida ação contra o parasita causador da malária, o Plasmodium falciparum. A primeira peneira gerou uma relação de 275 compostos.

Sucessivas triagens eliminaram os que tinham pouco efeito contra parasitas resistentes a tratamento ou que eram tóxicos para células de animais mamíferos. Dezessete substâncias restaram no final.

Uma avaliação desse grupo final apontou para um candidato específico, membro de uma classe de moléculas que nunca havia sido associada ao combate à malária. Uma equipe de químicos sintetizou então cerca de 200 derivados da molécula, a fim de otimizar o perfil de segurança e as propriedades farmacológicas. Após vários testes, a substância NITD609 foi apresentada como a melhor candidata para os experimentos em seres humanos.
Especialistas advertem sobre riscos de turismo de células-tronco (Estadão, 01/09/2010) (eu já havia comentado esse problema no outro blog):
Milhares de pessoas estão colocando sua saúde e as economias de toda uma vida em risco para viajar a clínicas particulares de vários países que oferecem tratamentos com células-tronco não aprovados e potencialmente perigosos, alertaram especialistas britânicos.

Um painel de especialistas mencionou clínicas particulares na Alemanha e na China aonde existem "turistas de células-tronco" para receber tratamentos não autorizados. Mas eles também afirmaram que há 700 centros similares em todo o mundo, que oferecem terapias celulares sem aprovação.

Apesar da falta de evidências científicas de que esses tratamentos funcionam, os pacientes com enfermidades letais e sem cura, como o Mal de Parkinson ou a cegueira, estão sendo atraídos para que gastem dezenas de milhares de dólares com poucas possibilidades de êxito.
Israelenses eliminam células com HIV sem atingir as saudáveis (Folha, 03/09/2010):
Cientistas israelenses anunciaram que conseguiram destruir em laboratório células infectadas pelo vírus da Aids sem afetar as células saudáveis, informa o jornal "Haaretz". Os cientistas, da Universidade Hebraica de Jerusalém, destacaram que criaram um tratamento à base de peptídios (polímeros de aminoácidos) que provocam a autodestruição das células infectadas pelo vírus HIV.
Evolução divergente (Agência FAPESP, 03/09/2010):
Uma pesquisa internacional com participação brasileira mostrou que bactérias idênticas cultivadas em um mesmo ambiente adotam diferentes estratégias de adaptação. No estudo, uma população da bactéria Escherichia coli evoluiu de forma divergente para se adaptar às condições do mesmo meio. Depois de 37 dias de crescimento contínuo, os cientistas isolaram diversos mutantes com diferenças importantes em genes regulatórios. Os resultados do experimento foram publicados na revista Genome Biology and Evolution.

Segundo ele [Beny Spira, professor do Departamento de Microbiologia do ICB/USP], no experimento de evolução realizado com a Escherichia coli foi observado um processo de divergência simpática – isto é, em um mesmo ambiente, a partir de um inóculo inicial geneticamente homogêneo, uma população de bactérias idênticas evoluiu de forma divergente para melhor se adaptar às condições do meio.

“A grande novidade é que a evolução ocorreu de forma divergente. Em um ambiente constante, sem barreiras físicas, observamos estratégias distintas de adaptação que resultaram em mutações em diferentes genes regulatórios”, disse à Agência FAPESP.



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