quinta-feira, 3 de junho de 2010

Malária: mais perto de uma vacina e de novos medicamentos

Três notinhas sobre pesquisas recentes, divulgadas no Science Daily:
  • O parasita da malária, o plasmódio, vive dentro das hemácias (também chamados de eritrócitos ou glóbulos vermelhos), que o parasita digere para construir suas próprias proteínas. Ao atingir um tamanho adequado ele se divide e rompe a hemácia, invadindo outros glóbulos vermelhos em seguida. Um grupo de pesquisadores do Canadá, Austrália, Polônia e EUA determinaram a estrutura tridimensional de duas dessas "enzimas digestivas" do parasita (as aminopeptidases), ajudando assim no desenvolvimento de medicamentos que bloqueiem a atividade dessas enzimas. Eles mostraram também que os parasitas são incapazes de sobreviver na ausência dessas enzimas. (fonte: Science Daily; artigo original: )

  • Outro grupo de cientistas identificou proteínas produzidas pelo plasmódio que são eficazes em promover uma resposta imune que proteja as pessoas da doença. Eles fizeram isso compilando dados da literatura científica que estudaram a relação entre os anticorpos produzidos pelo sistema imune na fase em que os plasmódios estão invadindo as hemácias e a habilidade desses anticorpos em proteger da malária. Os autores identificaram que de um total de aproximadamente 100 proteínas, apenas seis haviam sido estudadas. Essas proteínas podem ser utilizadas na fabricação de uma vacina. (fonte: Science Daily; artigo original: doi:10.1371/journal.pmed.1000218)

  • A malária é transmitida através das fêmeas dos mosquitos Anopheles, quando ela precisa se alimentar de sangue para produzir os ovos. Em tese é possível criar um "vacinador voador", ou seja, a vacina é aplicada através da picadura do mosquito. E tal mosquito transgênico foi criado por um grupo de pesquisadores japoneses, que fizeram com que as glândulas salivares de um mosquito do gênero Anopheles expressassem uma vacina experimental para a leishmaniose. Apesar de ser apenas um candidato de vacina (e note que não é para malária), a proteína SP15 aplicada através da picada do mosquito foi capaz de estimular a produção de anticorpos em camundongos. Essa técnica de engenharia genética pode levar a vacinas muito mais baratas (de graça, uma vez que os mosquitos geneticamente modificados sejam introduzidos no ambiente), indolores e focadas na população-alvo: pessoas que vivem em zonas endêmicas receberão várias doses da vacina. Porém ainda é apenas um modelo, dado que pode gerar vários questionamentos éticos - pessoas serão "vacinadas" sem consentimento e descontroladamente, e poderão recusar a liberação dos mosquitos em sua área. (fonte: Science Daily; artigo original: doi:10.1111/j.1365-2583.2010.01000.x)


Crédito da imagem: Why Files


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