Três notícias na Folha.com sobre fraudes científicas. O título acima quer dizer "e ainda assim, move-se", pois apesar de sempre ter havido fraudes cedo ou tarde elas são detectadas. E uma fraude nunca é pervasiva o suficiente para questionar a legitimidade de toda a área, graças à competição entre cientistas.
Cresce a fraude em ciência - e no Brasil? - 18/08/2010:
Cresce a fraude em ciência - e no Brasil? - 18/08/2010:
Preste atenção neste assunto: fraudes em pesquisas científicas. Elas estão aumentando e vão continuar assim, dada a competição feroz por reputação e verbas nesse campo da criatividade humana. Nada menos que 72% dos pesquisadores incluídos numa revisão ampla de 2009 afirmam já ter presenciado algum tipo de má conduta. As falcatruas vão de pecados veniais, como a inclusão honorária de autores que não participaram de um estudo, a pecados capitais, como falsificar ou fabricar dados.Má conduta científica triplica em 16 anos nos EUA - 18/08/2010:
Nas faculdades de medicina brasileiras, por exemplo, é prática comum pôr o nome do chefe da cadeira entre as assinaturas de um artigo científico, mesmo que ele não tenha noção do que vai escrito ali. Há quem defenda a aberração, argumentando que o fulano criou as condições para que a pesquisa fosse realizada.
Há cada vez mais sujeira por baixo dos jalecos brancos: nunca antes os Estados Unidos, grande potência científica mundial e pioneiro na tentativa de coibir fraudes nos laboratórios, teve tantos problemas com desvios de conduta de pesquisadores. Casos como o de Marc Hauser, biólogo afastado de Harvard há uma semana acusado de distorcer dados em uma pesquisa sobre aprendizado em pequenos macacos, quase triplicaram nos últimos 16 anos.Denúncias de fraudes no Brasil envolveram alto escalão da USP - 18/08/2010:
Em 1993, quando o governo federal dos EUA criou uma agência para o assunto, a ORI (Agência para a Integridade em Pesquisa, na sigla em inglês), foram relatadas 86 denúncias de desvios. Em 2009, foram 217, número recorde. O país gastou cerca de US$ 110 milhões investigando esses casos. Historicamente, um terço das investigações resulta em punição --em geral, afastamento de cargos e verbas públicas.
O Brasil foi eficiente criando comitês de ética (há 592 ligados à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, a Conep), mas eles atuam principalmente aprovando estudos com voluntários e cobaias. No que se refere às fraudes, a situação é diferente. Dois casos impunes de plágio se destacaram nos últimos anos, ambos envolvendo o alto escalão da USP.
Em 2009, a reitora Suely Vilela foi denunciada por ser coautora de um trabalho que utilizava figuras de um estudo de 2003 da UFRJ. Não houve punição. O outro caso, de 2007, envolveu o diretor do Instituto de Física, Alejandro Szanto de Toledo, e Nelson Carlin Filho, vice-diretor da Fuvest. Eles publicaram um artigo que tinha parágrafos inteiros copiados de trabalho anterior de um colega.
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