segunda-feira, 21 de junho de 2010

A frugalidade dos piolhos

O genoma do piolho de corpo de humanos (Pediculus humanus humanus) acaba de ser publicado na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), e uma das descobertas é que ele codifica para apenas um décimo do número de recepetores de odor e de sabor de outros insetos. Ainda não está claro de quais compostos o piolho reconhece o cheiro ou o gosto, mas parece que eles não tem a menor idéia do sabor de sua única refeição - o sangue humano.

Seu genoma possui apenas 108 milhões de pares de bases (quase trinta vezes menor que o nosso), o que quer dizer que eles possuem poucos genes que os ajudariam a se desintoxicar de pesticidas ou repelentes. O piolho também é completamente dependente da bactéria candidatus Riesia pediculicola para produzir vitamina B5. Essa bactéria endossimbionte também teve seu genoma seqüenciado, e descobriram que ela não tem alguns genes de resistência a antibióticos - que podem então ser usados contra os piolhos.



piolho de corpo ou piolho de cabeça (ambos são idênticos visualmente)


Fonte: ScienceNOW, blog 80 beats (Andrew Moseman)
Artigo original: PNAS  doi:
Crédito da imagem: CDC (Centro para Controle e Prevenção de Enfermidades dos EUA) (via wikipedia ou ScienceNOW)

Dança dos espíritos

Fotografia aérea de uma aurora austral (no pólo Sul) passando pelo campo magnético da Terra. Essa foto foi tirada pela estação espacial ISS da NASA quando ela estava a uma distância de 350 Km do Oceano Índico, apontando para o Sul.


aurora australis (clique na imagem para ampliar)

Fonte: Bad Astronomy blog (Phil Plait)
Crédito da Imagem: NASA/Expedition 23

sábado, 19 de junho de 2010

Aumentam casos de coqueluche nos Estados Unidos

Coqueluche, ou tosse convulsa, é a doença mais facilmente evitável por vacinação - na minha época chamava-se vacina tríplice, agora é "tetravalente" ou DTP - e pode ser erradicada se a vacinação for eficiente. As vacinas não produzem imunidade permanente, assim que além das doses que devemos tomar quando crianças, pais, professores e outras pessoas que tenham contato constante com crianças também devem se vacinar.

No estado da Califórnia, EUA, ocorrem surtos epidêmicos de coqueluche a cada cinco anos, aproximadamente, e o último foi em 2005 quando houveram mais de três mil casos informados e sete mortes. Só neste ano já morreram cinco pessoas de coqueluche no estado, entre elas dois bebês. Em relação ao ano passado, o número de altas hospitalares dobrou nos primeiros meses, e o número de infectados até agora é três vezes o esperado.

Fonte: CNN

Irrigando a pastagem menos, e melhor

Em fazendas da Nova Zelândia que praticavam a pecuária extensiva, haviam indícios de que métodos de irrigação por infiltração eram responsáveis por contaminação das águas subterrâneas. Ou seja, a combinação de irrigar as pastagens e a presença de gado no local fazia com que as bactérias presentes no estrume das vacas chegasse até os lençóis freáticos, causando doenças na população local que dependia dessa água.

Um novo estudo na revista Journal of Environmental Quality mostra que o uso de métodos de irrigação menos invasivos, como a aspersão por pivô central e por aspersores móveis, pode reduzir bastante o risco de contaminação. No estudo eles observaram duas fazendas: uma com irrigador móvel onde o chorume (a um metro e meio de profundidade) foi coletado por quatro anos, e outra irrigada por pivô central, cuja água subterrânea foi analisada durante seis anos. Em ambos os casos eles detectaram apenas traços da bactéria Campylobacter, além de detectar Escherichia coli apenas em época de chuva na primeira fazenda e em menos de 6% das amostras da segunda fazenda.

Comparando com o estudo anterior do grupo em fazendas com irrigação de superfície, eles haviam observado E. coli em 77% das amostras (contra 2.8% em amostras equivalentes no estudo atual) e Campylobacter em 12% (contra apenas 0.7% em irrigação por pivô central, sob condições similares). Os autores notam também que o uso de técnicas de aspersão também economizam muito mais água.



Aspersor móvel em fazenda na Nova Zelândia

Fonte: Science NOW
Artigo original: J Environ Qual 39:824-833 (2010) DOI: 10.2134/jeq2009.0208
Crédito da imagem: Science NOW

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Como usar o banheiro de uma nave espacial

Este vídeo da NASA mostra como os astronautas fazem para ir ao banheiro, na nave. O primeiro assento mostrado, à direita, é apenas um simulador usado para o astronauta treinar a "mira". O assento de verdade é o da esquerda, com aspirador e tudo.

Fonte: Marcos Guterman
Crédito da imagem: 11tech

domingo, 13 de junho de 2010

curso para professores no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares

Agência FAPESP :: Cern abre escola de física para brasileiros | Notícias:
Até 21 de junho estão abertas as inscrições para o processo seletivo de professores de física de ensino médio, das redes particular, municipal, estadual e federal, para participar da Escola de Física Cern 2010, que ocorrerá de 5 a 10 de setembro em Genebra, Suíça. (...)

Poderão se inscrever somente professores de física do ensino médio ou que tenham habilitação para ministrar a disciplina e que estejam em atividades de docência e em sala de aula de turmas.

A seleção levará em conta eventual titulação de pós-graduação do candidato (especialização, mestrado ou doutorado) e a área de sua realização, além do envolvimento do candidato em projetos e atividades de pesquisa ou extensão ligados ao ensino.

Os custos estimados para a participação de cada professor são de R$ 5 mil. A expectativa dos organizadores é que sejam selecionados 20 professores. Por conta disso, pede-se que o candidato solicite uma declaração da instituição à qual está vinculado, na qual a instituição se compromete a conceder as diárias internacionais necessárias ao desenvolvimento da atividade. Entretanto, esse critério não elimina o candidato.

A solicitação de inscrição será feita apenas por meio de e-mail redigido conforme modelo e enviado, juntamente com a documentação exigida, até a data-limite para o endereço eletrônico ensino@sbfisica.org.br, indicando o assunto “Escola de Física CERN 2010”.

A documentação necessária deverá ser enviada por meio de arquivos anexados à solicitação de inscrição e deverá seguir rigorosamente os modelos de documentos disponíveis no site.

Mais informações: www.sbfisica.org.br/ensino/escola-fisica-cern


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Malária: mais perto de uma vacina e de novos medicamentos

Três notinhas sobre pesquisas recentes, divulgadas no Science Daily:
  • O parasita da malária, o plasmódio, vive dentro das hemácias (também chamados de eritrócitos ou glóbulos vermelhos), que o parasita digere para construir suas próprias proteínas. Ao atingir um tamanho adequado ele se divide e rompe a hemácia, invadindo outros glóbulos vermelhos em seguida. Um grupo de pesquisadores do Canadá, Austrália, Polônia e EUA determinaram a estrutura tridimensional de duas dessas "enzimas digestivas" do parasita (as aminopeptidases), ajudando assim no desenvolvimento de medicamentos que bloqueiem a atividade dessas enzimas. Eles mostraram também que os parasitas são incapazes de sobreviver na ausência dessas enzimas. (fonte: Science Daily; artigo original: )

  • Outro grupo de cientistas identificou proteínas produzidas pelo plasmódio que são eficazes em promover uma resposta imune que proteja as pessoas da doença. Eles fizeram isso compilando dados da literatura científica que estudaram a relação entre os anticorpos produzidos pelo sistema imune na fase em que os plasmódios estão invadindo as hemácias e a habilidade desses anticorpos em proteger da malária. Os autores identificaram que de um total de aproximadamente 100 proteínas, apenas seis haviam sido estudadas. Essas proteínas podem ser utilizadas na fabricação de uma vacina. (fonte: Science Daily; artigo original: doi:10.1371/journal.pmed.1000218)

  • A malária é transmitida através das fêmeas dos mosquitos Anopheles, quando ela precisa se alimentar de sangue para produzir os ovos. Em tese é possível criar um "vacinador voador", ou seja, a vacina é aplicada através da picadura do mosquito. E tal mosquito transgênico foi criado por um grupo de pesquisadores japoneses, que fizeram com que as glândulas salivares de um mosquito do gênero Anopheles expressassem uma vacina experimental para a leishmaniose. Apesar de ser apenas um candidato de vacina (e note que não é para malária), a proteína SP15 aplicada através da picada do mosquito foi capaz de estimular a produção de anticorpos em camundongos. Essa técnica de engenharia genética pode levar a vacinas muito mais baratas (de graça, uma vez que os mosquitos geneticamente modificados sejam introduzidos no ambiente), indolores e focadas na população-alvo: pessoas que vivem em zonas endêmicas receberão várias doses da vacina. Porém ainda é apenas um modelo, dado que pode gerar vários questionamentos éticos - pessoas serão "vacinadas" sem consentimento e descontroladamente, e poderão recusar a liberação dos mosquitos em sua área. (fonte: Science Daily; artigo original: doi:10.1111/j.1365-2583.2010.01000.x)


Crédito da imagem: Why Files


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